Já lá vai, quase a meio, o mês de Julho, e, o país está com medo.
- Medo do tempo, incerto; medo dos gastos, cada dia maiores; medo do futuro, mais incerto.
E, com tantos medos, eu entendo melhor o que não entendo!
Não entendo como é que os festivais de Verão estão esgotados, por todo o lado. Se os pais têm tantas incertezas e medos como é que os seus filhos, reivindicativos e desempregados, andam de festival em festival?
Reitero:
- Entendo melhor o que não entendo.
Desejo para todos uma Santa e Feliz Páscoa!
Que a alegria se instale em nós para nos alindar os dias.
Que seja o tempo de sermos felizes em todo o nosso ser.
As flores, com as suas cores garridas, espalham aromas estonteantes por toda a parte. É uma alegria ...
Alegria! Alegria! Muita alegria.
Neste endereço poderás ver tudo o que está a acontecer na Terra.
http://www.mdig.com.br/imagens/relogio.swf
Números impressionantes! Tempo e tempos para reflectir.
Fica-se a saber que o Mundo gira a uma velocidade estonteante e que nós somos meros passageiros com tempo reduzido de permanência, por cá.
Nada se compara a um dia de Outono!
É a temperatura amena; são os tons acobreados das folhas das árvores; são os dias menores que nos convidam à paz do silêncio, num recanto confortável, na nossa sala de estar...
Abre-se então um livro, ouve-se o vento a passar, de mansinho, nas folhagens e, o pensamento voa, voa, voa ...
- Tão longe quanto formos capazes. Tâo alto quanto o tamanho dos nossos sonhos.
Outono, abençoado Outono.
Esta música é uma música que nos faz bem ouvir quando estamos nostálgicos.
É uma daquelas músicas que não perdem interresse com o Tempo. - E o vídeo de suporte é também muito bonito.
Aliás, o Canadá é um país de muita beleza...
Deixo desta forma simples, uma homenagem a Joe Dassin - que teve uma morte terrível e prematura; ao Canadá; e às canções de amor.
PS:
Fiquem todos os que por aqui passarem muito bem, e, se gostarem, escutem esta lindíssima música.
Não será, por certo, tempo perdido.
Façam do vosso Outono um tempo, ainda, com muito Verão.
Vem agora. Vem sem mais!...
- Traz-me flores frescas, e a tua alegria.
Quando entrares beijo-te, ao de leve, nos lábios.
Agradeço as flores e vamos juntos colocá-las na minha jarra preferida:
- Aquela que me deste no Natal.
Entretanto trocaremos mais alguns beijos - curtos, fugidios.
Hoje quero fruir o Tempo que tenho, contigo.
Só me passam coisas boas pela cabeça.
Vem. Vem. Vem.
No Verão temos dias maiores. Temos mais tempo para nos amarmos. E nós sabemos aproveitar o "nosso" tempo.
Somos ambos fascinados pela Natureza; pelas paisagens agrestes e planas; pelo percurso dos rios; pelas encostas das serras.
No Verão temos tempo para nós e para os nossos prazeres.
Gostamos de tomar banho na água fresca das albufeiras... quando paramos o carro, exaustos de tanto calor.
E ficamos aí, nesse lugar, paradisíaco, a tomar um lanche; a conversar; a deixar que o Tempo aconteça.
O Verão é um maravilhoso presente de amor.
Enquanto nos amarmos amaremos sempre o Verão.
Depois, não sei.
O Amor será para sempre?
Também não o sei.
Vou tomar a iniciativa! Vou ser eu a propor-te sexo.
As coisas estão todas paradas, porque nem eu avanço; nem tu tomas a iniciativa.
Andamos; curtimos; dançamos; voltamos - cada um para sua casa, onde dormimos sozinhos, mais uma vez. Há meses sempre assim.
Sei que tu pensas no mesmo que eu penso:
- Queremos dormir um como outro; queremos passar à fase da verdade, dos corpos nus; dos corpos que se despem de atavios e de preconceitos.
Todos somos inalcançáveis enquanto nos não despimos; não deixamos o nosso corpo nas mãos de um outro; enquanto não fazemos uma noite; duas noites; muitas noites de sexo sincero com alguém que nos deseje.
A verdade do sexo humaniza-nos; deixa-nos mais verdadeiros; mais despidos de representações.
- Se for verdadeiro o sexo que fazemos, seremos verdadeiros com aquele com quem o desfrutamos. Encontrámos aí a nossa Verdade.
E por estas coisas da Verdade vou tomar a iniciativa de te propor que façamos sexo.
- Serei eu a avançar.
- Serei cautelosa para não te decepcionar com a minha franqueza.
Serei verdadeira se fizermos sexo, no sexo que te darei.
Espero que tudo corra bem contigo e comigo.
Desejo que tenhamos muitas noites de Verdade. Dessa verdade.
Desejo-te. Este é o «nosso tempo» da Verdade.
Amen!
Chegaste, nesse dia, mais cedo do que combinaras; e disseste-me assim:
- Vem cá! Quero dizer-te um segredo.
Eu fui. Sentei-me no teu colo, como era meu hábito, fazê-lo; coloquei as minhas mãos na tua face; dei dois beijos, em cada um dos teus olhos; disse-te:
- Sabes que sou louca por segredos! Conta-me tudo,.
E tu, com voz pausada e vocabulário erudito, contavas-me da tua infância e dos teus sonhos de então...
Dizias-me que éreis cinco irmãos; que éreis quatro rapazes; que a rapariga morrera jovem; que quando fizeste dezassete anos compraste uns sapatos, que te ofereceste, a ti mesmo; que nesse dia foste ao cinema, sozinho.
Contaste-me que eras uma aluno brilhante; que aos dezoito estavas no Técnico, em Lisboa; que tinhas o vício de estudar; de desvendar os porquês das coisas.
Contaste-me que em garoto fazias "bombas" em latas de sardinhas velhas; que explodias essas bombas; que um dia "mandaste" o galinheiro da tua avó, literalmente, pelos ares. E foste castigado; sovado; mas não te emendaste.
A tua curiosidade levava-te para o lado mais secreto das coisas; e aos doze anos "inventáste" um aparelho de RX; e, coisa fantástica, conseguiste que algumas "moçoilas", lá da terra, lá fossem "ser radiografadas"...
E aí entrava a tua perversão: tu, explicaste - me como as "vias" por dentro.
- Vias-lhes as maminhas e elas não o sabiam!
Eu espantada, interpelei-te:
- Mas tinhas essa consciência? Sabias que estavas a espreitar o que não devias?
E tu, com ar absolutamente convicto, e olhos a brilhar de lascívia, afirmaste:
- "Claro! Era miúdo mas não era parvo e já era louco por mulheres...
Como tu sabes, "Pequenina", a minha maior fraqueza são as mulheres. Não lhes resisto!"
E abraçavas-me, muito; beijavas-me toda; atiravas-me para o chão; rebolávamos por aquele chão...
- Tu em cima ; tu por baixo; tu ao lado; tu atrás; eu em todo o lado.
Fazíamos um sexo fantástico! Um sexo dos deuses!
Nessas horas eras como uma criança, insaciável - na descoberta da verdade dos corpos, possuídos pelo desejo.
E eu, que te admirava e admiro - pela tua brilhante inteligência; e ingénua, (porque pura,) forma de estares comigo - dava-te tudo o que de melhor tenho em mim.
- Dava-te a minha Alma, grande; entregava-te o meu corpo, bonito - naquela carpete de seda, que era o nosso chão das delicias...
Fomos, francamente, dois amantes - sinceros e saciados.
Fomos um do outro sempre e quando o quisemos.
Nem tu, nem eu tinhamos barreiras ou limites, ao prazer que era, o estarmos nos braços um do outro, a desfrutar das maravilhas do Desejo.
- O Desejo era a nossa "constante" comum.
Era o Tempo áureo do nosso desejo; do Desejo.
Ás vezes, quando tínhamos mais tempo, para as coisas do amor, da paixão, e do sexo, ficávamos deitados, até tarde, pela manhã; e conversámos de tudo e sobre tudo:
- Sobretudo conversávamos!
Sem regras; sem temas predefinidos; sem conclusões; sem nexo; com nexo; com humor; com ironia e muita bonomia!
Nessas manhãs em que o Tempo não nos consumia, na voragem dos horários, nós éramos garotos; filósofos; gaiteiros; hilariantes; desbragados; fantásticos; jamais sérios ou fúnebres!
Nas nossas manhãs da paixão - um pelo outro - e das paixões pela Vida, nós éramos muito fantásticos e surreais.
- Éramos fantásticos porque nos abraçávamos, vezes sem conta; e vezes sem conta conseguíamos ser campeões das performances do sexo, que ambos sabíamos arrancar um ao outro, com sucesso e prazer;
- Éramos surreais porque nada se passava no plano da realidade comum. Tudo se passava como se habitássemos numa catacumba; ou numa galáxia - aonde fossemos, conforme a circunstância, seres energúmenos ou seres angélicos, que oscilavam entre as mais horríveis ou as mais incompreensíveis e inalcançáveis ideias e actos.
E como tu sabes; e como e sei, também; nessas manhãs de sexo; conversa; abraços e amassos, nós éramos uma espécie de demónios e de deuses e faziamos o que o Diabo gosta e o que Deus recomenda que façamos e sejamos.
Nessas manhãs, sem Tempo, éramos, conforme os apetites, do lado do Mal ou do lado do Bem; e sem medo algum de não alcançarmos o Céu ou de sermos condenados ao Inferno, obedecíamos aos nossos impulsos mais reconditos.
- Éramos uns descrentes e uns convictos Ateus.
Nessa manhãs o "nosso" deus era a insanidade mental temporária... E diziamos assim:
- O Diabo é do sexo; Deus é da conversa... E riamos e curtiamos o momento.
No fim, voltávamos, com a maior naturalidade possível, a ser o que éramos:
- Dois "alinhados" à força!
E como todos os sonhos terminam, mais hora menos hora, as coisas, hoje em dia, já se não passam, de todo, assim.
Hoje em dia, já só fazemos, (nessas manhãs em que o Tempo nos não escraviza) o que os desencantados das paixões, fazem:
- Dormimos e bocejamos.
Aquece-me! Encosta-te a mim; abraça-me com suavidade; chega-te bem, bem, ao meu corpo, frio, e deixa-te estar...
- Deixa-te estar o tempo que for preciso!
O tempo necessário para que o gelo que se apoderou, por inteiro, de todo o meu Ser, se derreta e eu possa, então, despir-me e entregar-me a ti, que me queres e me desejas...para "as coisas" que eu sei que pensas que eu também quero!
- Mas eu não as quero agora; não as desejo, agora. São essas "coisas" que eu agora não quero!
Hoje foi um dia daqueles, em que até o Tempo que fez, me foi adverso! E tudo o mais, também.
- Tudo me foi adverso! Hoje foi um dos dias da adeversidade toda!
Sabes bem que eu reajo mal ao frio!
- Tolhe-me as ideias; tolhe-me os movimentos; tolhe-me os pensamentos, gostosos, que tenho por ti; tolhe-me o sexo; tolhe-me o sangue nas veias... Fico tolhida aí também! É como se não tenha desejo, dentro do meu sangue gelado. Quase me assemelho, nestes dias, a um animal de sangue frio...
- Uma osga que carece de Sol e que quando ele não vem, hiberna...
Hoje hibernei na nossa cama. Aquece-me por favor!
- Se queres que eu fique, desperta para o sexo; para me despir e encostar o meu corpo, ao teu corpo, quente, então aquece-me - o meu corpo e o meu desejo e o meu sexo. Aquece-me!
Se quiseres que a nossa noite seja uma noite de amor; de sexo; de tudo o que importa, aquece-me. Aquece-me de alto a baixo; dentro e fora; na cabeça; na alma; no sítio que for necessário. Naquele sítio!
Descongela-me, com o fogo da tua paixão. Com o incêndio das paixões, à solta, na cama que é a nossa.
- Incendeia-me de paixão... na cabeça e no sexo e toda por inteiro. Em todas as partes!
Hoje e nestes dias!
Ámen!
Nos dias em que estavas com "a telha," as coisas azedavam-se entre os dois.
Tu sempre foste um homem, de humores e de amores:
- Humores, instáveis; amores, em cada esquina de rua.
Mas eu apaixonei-me por ti, na primeira vez em que nos deitámos; me abraçaste; me beijaste; me percorreste o corpo, dos pés à cabeça, com as tuas mãos de príncipe alado...(De quase padre!)
- Sim! Eu adoro fazer sexo contigo; adoro as tuas mãos, de veludo; adoro as tuas palavras, a raiar o insulto, em latim, nessas horas.
Contigo, quando fazíamos sexo, do bom, eu aprendi a dizer asneiras, em Latim!...
- Dizias-me que te dava mais "pica"- porque as aprenderas no seminário, antes de seres o que hoje és: um advogado de sucesso; de humores; de amores; com mãos de veludo; e, um vasto repertório, de asneiras, em Latim, que aplicas na nossa cama e nas outras - julgo eu - aonde te vais deitando... a eito.
Mas, nos dias em que estavas com "a telha" as coisas azedavam-se entre nós:
- Tu ficavas sem graça; entravas pelo campo da Filosofia adentro; filosofavas, filosofavas; eu ficava ali, despida, à espera que descesses da estratosfera; e, desistia.
Quando apanhavas de novo "o trem do amor" eu já não estava para aí virada. Levantava-me e dizia-te assim:
- Olha! Vai com Sócrates; Platão; Diógenes; Heraclito e mais esses todos, por quem te perdes de amores, para o deserto e perde-te por lá, com eles. Não me aborreças com Filósofos na hora em que devias estar a filosofar sobre mim...sobre o meu corpo!
E tu ficavas aborrecido, de verdade, e ias-te, não sei para onde, durante uns tempos...
- Depois, voltavas como se nada se tivesse passado.
E eu recebia-te, nos meus braços, de igual forma.
Os tempos bons, contigo, eram mesmo bons. Dos maus, recordo os filósofos, todos, deitados na nossa cama a fazerem-me uma descarada concorrência...
E, apatece-me matá-los, um a um... (Mas já estão todos mortos pelo Tempo. Não pela memória colectiva.)
. Outono
. VEM...
. Vou ser eu a propor-te se...
. O Diabo é do sexo; Deus é...
. VIAGEM A PARIS E (DE GRAÇ...
. Diário de Rita... o beijo...