Não acredito em milagres, não acredito em relações de proximidade sem confiança, não acredito no fim da crise.
Para mal de todos nós, mais cedo do que tarde, há-de haver uma quezília qualquer que vai acelerar as reservas mentais que os protagonistas deste mau viver transportam consigo e irá abrir-se uma fractura irreparável que os afasta irremediavelmente.
E, no fim das contas, foi tempo perdido.
Voltará tudo à estaca zero! Será um adiar de um fim anunciado.
Amei-te. Muito. O mais que podia e sabia.
- Não sei o porquê, tu não me querias.
Pensando melhor, agora que estou mais serena, dessa tua rejeição, acho que foi bom que não nos tivéssemos ligado, mais, afectivamente.
Tivemos muita coisa em conjunto:
- Tivemos momentos bons; momentos de sexo; e de fruição da vida; tivemos altercações variadas; tivemos paz e saúde...Jamais poderei dizer que me amaste. Tu próprio mo disseste.
- Que gostavas de mim, que gostavas do meu corpo; que gostavas de andar comigo...Mas que tudo era, para ti, um estado transitório. Que nas relações estavas sempre a caminho da seguinte. Que eras assim:
- Volúvel; inconstante; desprendido; incapaz de ficar; reticente em relação às mulheres.
Eras um homem bem parecido; bem vestido; bem na vida; disponível e parecias bastante conservador...
Eu pensava que tu me dizias tudo aquilo, mas que lá no fundo não seria a verdade das coisas. Que talvez me amasses um pouco; e que esse pouco, já seria suficiente para mim, que estava a amar-te! Por isso insisto:
- Eu amava-te; tu a mim não.
Vê àquilo que eu me sujeitei! Sentir os teus abraços; sentir o teu corpo; sentir o teu sexo; saber que tudo era circunstância e usufruto, mo- mentâneo, e aceitar! Foi duro para mim!
Há dias vi-te! Ainda estou confusa...
Caminhavas com um rapaz, mais novo, ao teu lado; e algo me disse que "andavas" com ele; ias com ele como se fosse uma mulher ao teu lado; ias derretido!
- Porque fugiste de me cumprimentares; de mo apresentares; de me dizeres - sequer - um "olá"?
Ficaste tão embaraçado quando me viste!... Coraste tanto! Voltaste para trás...
Senti pena de ti e um pouco de pena, por mim...
Serás mesmo gay? Darás para os dois lados? Seria essa a tua "indecisão" em relação às mulheres?
Ainda um dia o irei averiguar...
- Fica-te com os teus gostos!
Acho que estava a endoidecer!
Em tudo eu via uma hipótese de traição tua, à minha pessoa. Não sei quando; como; nem porquê, cheguei a este beco, de onde não consigo sair.
Estou possuída pelo ciúme, doentio, que me crucifica e afasta de ti.
Não quero fazer-te mais cenas, tristes; de que acabo sempre por sair com pena de mim, mas isso é mais forte do que eu:
- Ultimamente montei, uma quase "guarda permanente" a tudo o que faças, tenhas, digas, argumentes.
Cheiro-te; vejo-te os bolsos; os recibos das contas; sempre na "esperança" de um facto concreto para te confrontar.
Em tudo eu vejo outras mulheres na tua vida: em sonhos, vejo-te com outras mulheres - novas, belas, gostosas, e, tu derretido com elas;
Ao pé de ti eu finjo, o mais que posso, que estou segura na relação, que te amo e não passo sem ti. Mas a minha vida está uma tragédia.
- Se mandas uma MSG eu penso que é para uma outra mulher; se chegas tarde eu assumo que estiveste com outra; se chegas a horas eu penso que foi porque nesse dia não tinhas qualquer outro compromisso.
Eu sei que estou a espalhar minas no meu caminho e que me vão rebentar debaixo dos pés, mais dia, menos dia.
Quando fazemos sexo eu finjo tanto e faço tanto teatro e espalhafato, que até já me perguntaste o que é que se passa comigo...
- Claro que eu te digo que és tu que me excitas e me motivas, e que fico sem controlo; mas tu sabes que eu estou a enlouquecer.
Como é que eu vou conseguir dar a volta a isto?
Sem confiança mútua a relação fracassa. E eu perdi a confiança em ti.
Tu, quando eu te conto deste meu sofrimento, respondes-me com evasivas; e concluis sempre com esta mesma estúpida frase:
- "Parece que andas morta por que eu tenha um caso com alguém!" E fechas-te em copas e não me dás atenção e nem queres conversas sobre este assunto.
A nossa vida levou-me para este estranho caminho. As coisas não vão terminar bem. A menos que haja um lampejo de sanidade em mim que me faça recompor-me disto tudo. Estou a sofrer horrores.
- Durmo mal; como demasiado; compro roupas e mais roupas, tudo na ilusão de me recompensar e competir com os meus fantasmas...(- Essas mulheres que eu "vejo" a toda a hora a assediar-te e tu a dares bola a elas todas!)
Mas estes "fantasmas" estão de pedra e cal na minha cabeça.
Eu tinha tantos sonhos quando te conheci! Todos poéticos! E agora tenho só pesadelos, noite e dia.
- Este é o tempo do meu desencanto. Das horas de fantasmas e solidão.
Recordo hoje o dia, em que partiste, definitivamente!
Já outras vezes tinhas ido embora; mas, passado algum tempo, voltavas e eu dizia-te para ficares...
- Éramos ambos viciados em reconciliações!
Por uns tempos - curtos - parecíamos de novo apaixonados, de verdade.
Os momentos que então vivíamos, nessas épocas fugazes e de fugaz felicidade, eram momentos de absoluta comunhão dos corpos e espiritos dos dois... Uma fusão de ideias e de pele!
Esforçávamo-nos para que tudo corrêsse, desta nova vez, bem e para "sempre".
Tu ficavas gentil; ficavas mais pontual; ficavas menos hipocondríaco; ficavas menos impositivo; ficavas menos obsessivo; ficavas mais afectuoso, comigo.
Eu ficava-te grata; ficava menos insegura; ficava mais crente em ti; ficava mais subserviente a ti; ficava toda doçuras e afectos contigo.
Porém, passados uns dias - muito poucos dias - tudo voltava ao mesmo.
- Voltavas a chegar atrasado a tudo; voltavas às tuas constantes quezílias; voltavas aos teus intermináveis monólogos; voltavas a ser o que realmente eras. Voltavas a ser um homem dificil de lidar.
E eu voltava a ficar, mais uma vez, desencantada e mais infeliz com a nossa relação, fracassada. Voltava aos meus silêncios e aos meus cogitares. Voltava a ter um sorriso triste, no olhar.
No dia em que partiste de vez, e para sempre, a diferença foi esta.
- Eu sabia-o, dentro de mim, que não mais te receberia de volta!
Não mais "remakes" na nossa relação falhada. Não mais do mesmo e da mesmas coisas!
Sabia que, não éramos feitos, um para o outro e sabia "o" porquê.
Sabia que, apesar de termos feito uma longa caminhada juntos, não chegaríamos, a lado nenhum, no fim, juntos, ainda.
E foi por isso que, quando naquela manhã, ainda, fizemos sexo só por sexo, eu me senti execrável e achei que nada mais entre nós poderia acontecer. Jamais!
Quando nesse dia fechaste a porta, pela última vez, eu sabia que nunca mais a voltarias a entrar.
- Eu não o queria. Não me permitiria fazê-lo!
E foi assim que reconquistei o meu equilibrio mental. Foi uma decisão dificil, mas imperativa.
- Por onde andarás agora, a espalhar os "teus"infernos?...
Terás encontrado a "tua"ilha aonde consigas viver e dar paz?
Às vezes ponho-me a pensar nas vantagens e desvantagens, de fazer sexo, com dia e hora pré-agendados.
Sei que há casais - clássicos e não só - que no dia tal saem para jantar; dão a mãozinha enquanto jantam; bebem uns copos; vão dançar até uma discoteca, e, finalmente, voltam para casa e "pimba"...
- Deitam-se, rebolam-se, encostam-se,... mais e mais, cruzam e entrelaçam os corpos, dum no outro, e o sexo acontece. Era o dia fatal!
Depois, cada um vai à sua vida do costume, telefonam-se ou não, e, na semana seguinte, no mesmo dia, e mais ou menos com tudo da mesma maneira igual, a cena repete-se... Lá vão eles para a sua «orgia sexual» da semana.
- O sexo tem, com estes pares, dia, percurso, e fim, pré-determinados. É uma rotina gostosa!
Nos outros dias nada se passa! É como se fossem só amigos, manos, frades ou freiras.
Eu, pensando bem, acho que pode haver neste procedimento uma vantagem:
- Mesmo não havendo, num de nós, uma grande motivação prévia, para o sexo, mas havendo um "ritual" a cumprir, ninguém foge e ninguém se balda, e o sexo - bom ou mau - acaba por se fazer! Tivemos o «nosso» devaneio sexual, cumprido, mais uma vez! Alcançámos esse «objectivo».
Mas depois, porém, eu penso ainda mais isto assim:
- Se pode ser uma coisa muito empolgante, durante algumas semanas, o sabermos, que, no dia tal, nos vamos aperaltar todos e tornarmo-nos uns sedutores incontornáveis, porque temos alguém que nos aguarda, do lado de lá, para isso mesmo - pode, também, com toda a certeza, ao fim dessas mesmas semanas, começar a parecer-nos uma estucha dos infernos e não nos apetecer, de todo, que haja sexo nesse dia, e nem nada de parecido com isso.
- Fartámo-nos dessa agenda - que nos escraviza, e subjuga, ao sexo, com dia e hora marcados.
Estamos saturados dessa rotina!
E assim eu concluo, que sexo é, ou devia ser, como a sede:
- Tens sede? Bebes!... Bebes, bebes, bebes, enquanto quiseres e tiveres água, sede e vontade bde beber!
- Não tens sede, mas bebes, ainda assim?
Então estás a fazer um frete, de todo o tamanho.
Nunca mais vês o fim do copo!
- A «dança» terminou.
«NOS GESTOS, NOS SENTIDOS...»
http://www.youtube.com/watch#!v=Je6fsrgJFlE&feature=related
OS MEUS GOSTOS, EM MATÉRIA DE FADO, SÃO UM POUCO EXIGENTES.
O FADO, PARA MIM, É COMO UM "VIOLINO TENOR".
- NÃO PERMITE QUE NOS PERCAMOS, EM DIVAGAÇÕES MENTAIS, ENQUANTO E DURANTE É TOCADO... PRENDE-NOS E AREBATA-NOS POR INTEIRO.
- EXTASIA-NOS!
HÁ DIAS, FUI OUVIR RICARDO RIBEIRO A CANTAR AO VIVO ALGURES... FADO!
ELE EXTASIOU-ME! ARREBATOU-ME!
- E POR ISSO AQUI DEIXO A SUA VOZ IMPONENTE! DO MELHOR QUE HÁ PARA UMA NOITE BEM PASSADA: EM QUE NÃO LAMENTAMOS O DINHEIRO QUE PAGÁMOS NEM O TEMPO GASTO NUMA SAÍDA.
PS: ESTÁ A LANÇAR UM TRABALHO NOVO E É UM JOVEM "DE PESO" QUE AINDA NÃO FEZ TRINTA ANOS...
«LA CARRETERA...»
http://www.youtube.com/watch?v=j_XAf59Ff4g
PARA UMA CHEGADA A CASA NAS CALMAS, COM AQUELE CONFORTO NO CORAÇÃO QUE NOS OFERECE E PERMITE, POR FIM E ENFIM, UMA NOITE DE SONO REGENERADOR...
JÚLIO IGLÉSIAS É UM INTÉRPRETE DE SENTIMENTOS.
- MUITA GENTE CHAMA A ESSA SUA ENORME CAPACIDADE «PIROSEIRA»...
EU PREFIRO UM MOMENTO DESTES COM JÚLIO IGLÉSIAS DO QUE OUVIR XENAKIS OU STOCKAUSEN...
- OS ENTENDIDOS QUE ME DESCULPEM MAS AQUELA "MÚSICA," DELES, DÁ-ME NERVOS E FICO SEM SONO... DÁ-ME INSÓNIAS DAS BRAVAS.
PARA MIM, SÓ MÚSICA SONANTE... DA DISSONANTE NÃO GOSTO. NÃO APELA AOS MEUS SENTIDOS.
«VOCÊ NÃO ME ENSINOU A TE ESQUECER...»
http://www.youtube.com/watch?v=6jpXaZhezIo
CAETANO VELOSO É BOM, PARA OUVIR, EM QUALQUER ALTURA:
- SE ESTOU TRISTE, CONSOLA-ME!
- SE ESTOU FELIZ, SINTO-ME IDENTIFICADA COM AS «ESTÓRIAS QUE CANTA, NOS SEUS POEMAS SEMPRE FORTES E TOCANTES.
É POR ISSO QUE, RECORRENTEMENTE, O PROCURO...
- NOS CD, NO VINIL, NO YOUTUBE...NA RÁDIO.
CAETANO É UM CONSOLO PARA OS MEUS SENTIDOS.
Ps: foto «captada» no igoogle.
...
- Está bem! Se me achas mesquinha, também, para ti, isso parece-me um desconchavo! Sei que gostas de confundir frontalidade, com discussões menores e assuntos de pequenez mental. Dá-te jeito.
Há muito que te vinha alertando para essa tua relação, quase patológica, com o dinheiro; e com a tua falta de sensibilidade para o gastares, bem - ao dinheiro! É que ter dinheiro pode ser bom, mas se não nos der prazer gastá-lo, para que nos serve, então, tê-lo?
- Uma enorme quantidade de «massa,» no banco, sem lhe darmos qualquer utilidade, de que é que nos serve?
Quase me parece uma coisa parecida, com aquelas pessoas que morrem de fome - mas que têm as arcas frigoríficas cheias de comida - só porque estavam a guardar tudo, para os «tempos difíceis que aí vêm»... e, entretanto, morreram de fome e com a comida ao lado! É uma enorme patetice e até me parece, a mim, estupidez. O dinheiro é para investirmos, criarmos riqueza e darmos prazer, a nós e aos outros, e para o respeitarmos.
Eu não ligo nada ao dinheiro, mas o pouco que tenho, faço-o circular...
- Compro coisas que me dão prazer, vou a sítios onde me divirto, tenho roupas e outras futilidades e ainda tenho algumas aplicações, em investimentos seguros... Mas, não sou escrava dele e muito menos vivo para enriquecer! Até porque, se compararmos a tua vida e a minha, tu tens imenso dinheiro e és um sem graça, um “cinzentão”! Eu tenho pouco dinheiro, vivo e não peço nada a ninguém e sou feliz e alegre com a vida em geral.
Responde-me então ao seguinte:
- De que te serve teres esse dinheiro todo, se não te divertes, não ajudas ninguém e não crias riqueza?
Estou mesmo a ouvir os teus familiares a dizerem, na galhofa, uns para os outros:
- «O «gajo» morreu mas não levou com ele, nem um euro! Deixou-o cá todo - ao pilim! Para nosso bem...»E vão estoirar tudo, num ápice, que é o que toda a gente que não trabalha, faz ao dinheiro que lhe «cai do céu» aos trambolhões...
Como sabes, eu digo-te estas coisas, porque te aprecio e acho que deverias viver melhor, a tua vida. Deverias saborear, com mais qualidade, o prazer de podermos gastar algum dinheiro, connosco.
Mas tu dizes-me sempre o mesmo:
- “Rita, não me aborreças com as tuas futilidades e manias das grandezas!"... E eu encolho os ombros, e, cá por dentro, rio-me de ti.
...
...
- De qualquer forma, não falaremos mais nesse assunto! Por muito que te custe e queiras, voltar a ele, por mim, estamos conversados:
- Não se falará mais em tal episódio!
Só que tu és um obsessivo e um casmurro e pelas-te por uma boa discussão. Gostas de altercações e, em especial, gostas de me mandar ao tapete...
- É isso! Tu adoras veres-me perder o controlo e veres-me em baixo. Derrotada e a pedir-te que, por favor, me deixes em paz e sozinha, com a minha verdade.
Se quiseres entender o meu ponto de vista, dir-te-ei, por uma derradeira vez, sem me irritar e com voz segura:
- Eu não dormi com aquele homem. Eu não te traí. E não quero dar-te explicações nem responder aos teus inquéritos.
Lá porque me encontraste com ele e te pareceu que estávamos envolvidos, um com o outro, eu nego-o e afirmo:
- São efabulações da tua mente doentia, e perversa. E ponto final!
Até porque tu sabes, porque sabes muito bem, que eu não curto homens que me bajulam. E esse meu amigo - que é mesmo só meu amigo - acha-me uma “princesa” e, por isso, ele põe-se na situação de “mordomo”, às minhas ordens, bajulando-me o tempo todo; e embora tal facto me faça bem, ao ego, e me seja confortável, ás vezes, tal não me espicaça o erotismo. Não me excita! E portanto, eu não durmo com homens que me não excitam: do ponto de vista intelectual e erótico. E depois, por fim, e em último lugar, também sabes que estou apaixonada por ti! Feliz ou infelizmente!
- Por enquanto é isso que tens e é isso que acontece. Estou pelo “beicinho” por ti! - Apesar desse teu feitio esquisito estou encantada, por ti! Todo o resto são e maquinações, dessa tua cabeça; super criadora e fantasiosa...E já agora, responde-me ao seguinte:
- Andaste, ou não andaste, a catrapiscar a minha "amiga" Belocas? É que eu encontrei-vos, um dia destes, ao cair do dia, num bar aonde ia a entrar, por acaso; e pareceu-me que existia um clima qualquer entre vós!...
- Não, não te assustes! Eu não cheguei a entrar... e não cores, nem mintas! Não precisas, sequer, de responder.
Ps. O outro telefone tocou. Rita despediu-se do seu namorado e atendeu...
...
...
Depois ele perguntava-lhe, acariciando-lhe a sua mão esguia, pousada em cima da dele, e entregue!... mas fazendo-o com segundas, terceiras e quartas... intenções:
- Não lhe apetece um chá? A mim era o que me sabia bem, agora!...
Conforme os seus dias, tempo e humores, Rita respondia-lhe, sim ou não! E, a partir dessa «sua resposta» tudo podia acontecer ou, tudo continuava como estava:
-“... So Quiet" ”... sem ondas, nem mudanças de lugar…Ficavam ali mais um pouco. Mas...
Então era assim:
- Se Rita respondesse que sim, que também lhe apetecia um chá, aí ele perguntava-lhe, de volta, com voz suave, melosa e sedutora:
- E aonde é que beberíamos esse chá? Tem alguma ideia?
Rita, sabendo bem o que se estava a passar, ali, sugeria, primeiro, para disfarçar, por exemplo, a “Versailles” – ao que ele torcia o nariz e avançava, desdenhando, mais e desta maneira:
- A “Versailles”? É tão difícil arrumar o carro lá! Está sempre tão cheia! Há tanta gente conhecida para cumprimentar e fazer conversa!...não se lembra de mais nada?
Rita então interrompia-o e dizia-lhe o que ele queria ouvir; com ar condescendente:
- Não tenho nada contra, a que tomemos um chá, em minha casa!
Os olhos dele ficavam alegres e brilhantes; e levantava-se logo, todo expedito e fazendo assim o corolário da situação:
- Em sua casa?!... Como é que adivinhou?! Era o único sítio em que me apetecia, agora, um chá! Aceito! Não vou incomodar?!... Eu mesmo faço o chá!
E pronto! Iam-se embora, ambos, direitos a casa de Rita e... entravam... e, nunca mais se lembravam do chá!
- Nunca, em tais circunstâncias, beberam qualquer espécie de chá; nem sequer um chá afrodisíaco... Se bem que, muitas das vezes, após algum tempo, (para celebrar o momento e apaziguar as almas “exaltadas”...) abrissem uma garrafa, de Sidra, bem gelada, com que os dois saciavam as sedes mútuas, que ambos sentiam, merecidamente!
- E a Sidra, nessa hora bendita e abençoada, era mais uma maravilha do Mundo! Era um presente do céu, no «nosso» pedaço de céu...
E, a palavra «chá», mais uma vez funcionara, como a nossa password, secreta.
....
...
Estávamos em Madrid e era, tinha eu pensado para mim, secretamente, a «nossa» última passagem de ano, juntos!
Chegámos de tarde, dirigimo-nos para à «Hostal» do costume, e, após as bagagens desfeitas e instalados, demos uma volta para vermos de um programa adequado, para a noite de entrada, no NOVO ANO...
Era nosso costume, irmos para Madrid, nesses dias: enquanto fomos felizes e, depois, mesmo quando já não o éramos.
E eu gosto de flamengo e tu também querias ir divertir-te mas, quando começaste a pensar no custo, que nem era exagerado, das entradas, e a não te disponibilizares para assumires os dois ingressos eu pensei:
- Ora aqui está um bom motivo para não ir a lado nenhum! Não me irei já, divertir, ao pé deste homem, nesta noite de fim de ano, em Madrid!...Acabou!
E assim eu te disse que não queria pagar tanto, por um ingresso; e assim tu achaste natural; e assim fomos ver dar as doze badaladas na Plazza Maior, como toda a gente comum; e,... logo após, fomos para o quarto da «Hostal»: aonde tu lias jornais e eu fingia dormir e pensava o seguinte:
- “Tirem-me deste filme”!...
Pela manhã, cedo, levantei-me e caminhei na Gran Via, sozinha, com os noctívagos, que viveram a noite inteira, enquanto tu dormias...
Quando regressei, levei-te um sumo de laranja para tomares quando acordasses. (nunca deixei de ser gentil e educada contigo, como sabes)
Voltámos, dois dias após, para Lisboa, e a separação final, deu-se em Fevereiro...
Mas podia ter sido no dia um de Janeiro, desse ano: podia ter sido no dia trinta e um, do ano anterior... Nós já estávamos “separados”. A nossa intimidade e partilha de alegria, entre ambos, findara há tempos.
- Deste cabo de tudo entre nós.
E eu amava-te de verdade. Hoje és-me completamente indiferente.
Rita
Ps:
Madrid continua a ser uma enorme motivação: onde regresso sempre que posso e onde faço questão de ser feliz.
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