Entreabriu a janela do seu escritório, acendeu um cigarro, e, ficou-se ali, puxando fumaças e pensando na Vida.
Para não variar pensou naquilo que, quase sempre, pensava:
- Pensou nas suas paixões, todas - antigas, recentes, e, presentes!
Era, foi e será, uma mulher de paixões.
Não se arrependia de nada, do tudo, o que viveu por paixão.
- Os sobressaltos; os arrebatamentos; o prazer; o desejo; o sexo; a desilusão do sexo; as controversas etapas dos vários fins das várias paixões.
Concluía sempre o mesmo:
- Uma mulher de paixões tem muito que contar.
É isso a memória. A história das nossas paixões.
O cigarro acabou-se e a evasão com ele.
Voltou ao trabalho.
Há amores que se nos colam à Alma!
Mesmo quando terminam, um dia, assim de repente, volta-nos tudo à cabeça, e, uma enorme saudade se espraia em nós.
Ficamos nostálgicos desses momentos vividos.
Há paixões que nunca terminam.
PS: Esta música fala destas coisas.
É uma música cantada por Maria Betânia e mais não é preciso dizer...
Ouve com atenção este poema.
Fica muito bem e com saudades dos grandes amores.
Uma das minhas paixões é a dança.
- Clássica; moderna; contemporânea...
Este bailado é uma recorrência na minha vida.
- Já o vi dançado por várias companhias; vários solistas; vários coreógrafos.
Este par de "estrelas da dança" é sublime.
Partilho este momento com todos os visitantes deste meu blog.
Vejam; revejam; saboreiem enquanto quiserem.
Não somos nada sem as nossas paixões.
Quando vi o filme Titanic confesso que não apreciei, por aí além, a história...
Gostei, no entanto, de di Caprio e de Kate Winslet... Dois jovens belos e promissores.
O tempo deu-me razão. São dois grandes actores.
Esta música que aqui deixo é, somente, para recordar esse momento em que fui ver o filme.
Lembro-me de que estava muito apaixonada, por quem estava comigo nessa noite. E esse foi o motivo para irmos ver um filme, que a ambos disse muito pouco. As nossas exigências eram de outro grau... Mas...
As paixões são assim mesmo. Fazemos as coisas mais impensáveis com uma enorme disponibilidade de alma.
Para nós foi só um filme mais; um motivo para estarmos juntos.
Que loucuras insanas, serias capaz de fazer, por paixão? Por causa de alguém por quem obcecaste das ideias?
- Isso já te aconteceu?
Desejo e espero que não, do fundo do meu coração.
As paixões saudáveis engrandecem-nos; as paixões doentias estragam-nos a vida.
Esta música que te deixo, é para ti.
Hoje que é Domingo vê e cuida, muito bem, das tuas paixões.
Fica em paz e que nunca a insanidade te acometa a tua vontade, de forma alguma.
Cuida-te bem.
Ás vezes, quando tínhamos mais tempo, para as coisas do amor, da paixão, e do sexo, ficávamos deitados, até tarde, pela manhã; e conversámos de tudo e sobre tudo:
- Sobretudo conversávamos!
Sem regras; sem temas predefinidos; sem conclusões; sem nexo; com nexo; com humor; com ironia e muita bonomia!
Nessas manhãs em que o Tempo não nos consumia, na voragem dos horários, nós éramos garotos; filósofos; gaiteiros; hilariantes; desbragados; fantásticos; jamais sérios ou fúnebres!
Nas nossas manhãs da paixão - um pelo outro - e das paixões pela Vida, nós éramos muito fantásticos e surreais.
- Éramos fantásticos porque nos abraçávamos, vezes sem conta; e vezes sem conta conseguíamos ser campeões das performances do sexo, que ambos sabíamos arrancar um ao outro, com sucesso e prazer;
- Éramos surreais porque nada se passava no plano da realidade comum. Tudo se passava como se habitássemos numa catacumba; ou numa galáxia - aonde fossemos, conforme a circunstância, seres energúmenos ou seres angélicos, que oscilavam entre as mais horríveis ou as mais incompreensíveis e inalcançáveis ideias e actos.
E como tu sabes; e como e sei, também; nessas manhãs de sexo; conversa; abraços e amassos, nós éramos uma espécie de demónios e de deuses e faziamos o que o Diabo gosta e o que Deus recomenda que façamos e sejamos.
Nessas manhãs, sem Tempo, éramos, conforme os apetites, do lado do Mal ou do lado do Bem; e sem medo algum de não alcançarmos o Céu ou de sermos condenados ao Inferno, obedecíamos aos nossos impulsos mais reconditos.
- Éramos uns descrentes e uns convictos Ateus.
Nessa manhãs o "nosso" deus era a insanidade mental temporária... E diziamos assim:
- O Diabo é do sexo; Deus é da conversa... E riamos e curtiamos o momento.
No fim, voltávamos, com a maior naturalidade possível, a ser o que éramos:
- Dois "alinhados" à força!
E como todos os sonhos terminam, mais hora menos hora, as coisas, hoje em dia, já se não passam, de todo, assim.
Hoje em dia, já só fazemos, (nessas manhãs em que o Tempo nos não escraviza) o que os desencantados das paixões, fazem:
- Dormimos e bocejamos.
De vez em quando tínhamos uma noite horrível!
- Era horrível porque nada, entre nós, dava certo.
Parecíamos uma orquestra desafinada.
- Cada um "tocava" para seu lado, uma melodia ao acaso, e nada era harmónico; nada era reconfortante; nada era engrandecedor.
Nem as conversas; nem os abraços; nem o sexo; nem o pós sexo; nem o sono, do pós sexo.
- Nesses dias não tinhamos sono!
Parecíamos dois náufragos, chegados a uma praia, deserta, em dia de temporal, ao amanhecer...
- Morriámos, então, na praia!
Parecíamos dois pássaros perdidos, num voo interminável, em que só a morte nos pararia para sempre - nessa corrida da auto-destruição...
E nesses dias eu e tu éramos infelizes; éramos mais sós; éramos menos um do outro:
- Cada vez menos um do outro.
As nossas noites horríveis; desafinadas; de naufrágio, foram crescendo na medida em que nos afastávamos de nós.
- De nós e do Mundo das pessoas felizes.
E foi triste o nosso fim. E foi triste o nosso percurso. E foi tudo muito triste, entre nós dois.
Hoje, que te recordo, sem o querer, ainda sei de lembrança, a cor dessa tristeza:
- É da cor da insónia!
É da cor do sofrimento; é da cor da melodia, desafinada, das paixões, mortas. Do fim de uma paixão!
E nada tem uma cor mais triste que o fim de uma grande paixão! Nada.
Aquece-me! Encosta-te a mim; abraça-me com suavidade; chega-te bem, bem, ao meu corpo, frio, e deixa-te estar...
- Deixa-te estar o tempo que for preciso!
O tempo necessário para que o gelo que se apoderou, por inteiro, de todo o meu Ser, se derreta e eu possa, então, despir-me e entregar-me a ti, que me queres e me desejas...para "as coisas" que eu sei que pensas que eu também quero!
- Mas eu não as quero agora; não as desejo, agora. São essas "coisas" que eu agora não quero!
Hoje foi um dia daqueles, em que até o Tempo que fez, me foi adverso! E tudo o mais, também.
- Tudo me foi adverso! Hoje foi um dos dias da adeversidade toda!
Sabes bem que eu reajo mal ao frio!
- Tolhe-me as ideias; tolhe-me os movimentos; tolhe-me os pensamentos, gostosos, que tenho por ti; tolhe-me o sexo; tolhe-me o sangue nas veias... Fico tolhida aí também! É como se não tenha desejo, dentro do meu sangue gelado. Quase me assemelho, nestes dias, a um animal de sangue frio...
- Uma osga que carece de Sol e que quando ele não vem, hiberna...
Hoje hibernei na nossa cama. Aquece-me por favor!
- Se queres que eu fique, desperta para o sexo; para me despir e encostar o meu corpo, ao teu corpo, quente, então aquece-me - o meu corpo e o meu desejo e o meu sexo. Aquece-me!
Se quiseres que a nossa noite seja uma noite de amor; de sexo; de tudo o que importa, aquece-me. Aquece-me de alto a baixo; dentro e fora; na cabeça; na alma; no sítio que for necessário. Naquele sítio!
Descongela-me, com o fogo da tua paixão. Com o incêndio das paixões, à solta, na cama que é a nossa.
- Incendeia-me de paixão... na cabeça e no sexo e toda por inteiro. Em todas as partes!
Hoje e nestes dias!
Ámen!
Qualquer coisa que fizéssemos, nessa época, era sempre um momento especial!
Era, ainda, a época em que estávamos cheios de paixão - um pelo outro - e cheios de paixões, pela Vida!
- Nós amávamos a Vida! Nós tínhamos gostos comuns que nos proporcionavam, a ambos, um especial gosto em viver a Vida.
Os nossos momentos, mais íntimos, de paixão eram um hino à Vida!
Tu deitavas-me naquele sofá; tu deitavas-te ao meu lado, naquele sofá; tu apelavas aos teus dons de sedução, lá, no sofá; e, naquele sofá, nós fomos uns loucos da paixão e do sexo e do pós-sexo.
- No pós-sexo éramos absolutamente infantis!
Éramos infantis porque dávamos gargalhadas, sem motivo; porque dávamos palmadinhas, um ao outro; beliscos, ao de leve e em sítios improváveis, um ao outro; dávamos a mão, também, um ao outro; e fazíamos juras de amor eterno que nunca, jamais, cumprimos.
Os nossos momentos de pós-sexo eram uma catarse, para as nossas almas impuras, já poluídas pelas vidas vividas, no antes.
Antes de nós, um com outro, as coisas tinham uma história mais pesada.
- Faltava a ambos, a pureza que reencontrámos, no nosso percurso juntos.
- Faltava a ingenuidade da paixão.
Fomos sinceros; fomos espontâneos; fomos genuínos - no sexo e fora dele.
Fomos sem dúvida dois loucos, enquanto nos tivémos, sempre à Sexta, naquele sofá.
Também não tinhamos mais nada!... Éramos pobres...
- Só nós; a nossa paixão; um sofá.
E uma forte paixão pela Vida.
Hoje é Sexta-feira! Haja Deus...
Se o Inferno existe, hoje eu vivi um ensaio geral, nele.
Mas, passando às coisas que interessam:
- Tens programa para esta noite?
Uma das minhas paixões, à Sexta-feira, é ir dançar.
Visto-me para a dança; janto qualquer coisa, por aí; vou dançar..."all night long"...
E tu? Quais os teus gostos para uma saída nocturna?
- Não tens? Não sais?
Eu também gosto de ficar a conversar, se estou com alguém interessante; também gosto de ver um filme, jeitoso; também gosto de não fazer nada de nada - ficar só, a curtir uma música e um bom silêncio.
Esta música que escolhi, para ti - especialmente - é um arraso!
Abre o vídeo e inspira-te.
Faz o que te apetecer... mas faz por ficares feliz e em paz.
Isso é que conta.
Uma das minhas grandes paixões, na vida, eras tu!
Eras tu porque tu eras o "meu"homem. Eras "aquele" que eu sonhara, desde menina, ter - e agora era uma das minhas realidades.
E eu estava feliz! Estava a rebentar de paixão.
Estava feliz porque, de todos os homens que conhecera - dois ou três - tu eras diferente deles todos:
- Eras mais alto; eras mais elegante; eras mais bonito - sem seres efeminado; eras mais desenvolto; eras mais bem sucedido, na vida;
- Eras também, meigo; falavas com voz calma e bem ritmada; eras gentil; eras cavalheiro, sempre; eras muito bom como ser humano.
E, na cama, eras uma fonte de inspiração para mim!
- Entregavas-te, por inteiro, ao prazer; e procuravas, por inteiro, dares-me prazer!
O sexo era cuidado; de cariz inteligente; tu sabias procurar em mim os meus "tesouros" jamais encontrados, jamais explorados. Quiçá, ignorados para mim, até te encontrar. Eras "o conquistador" do meu desejo escondido.
Nem eu sabia o que tinha guardado em mim, ao teu e ao meu dispor, na cama.
Fomos sempre muito generosos, um com o outro.
Fomos sempre muito sinceros, um com o outro.
Fomos sempre muito encantadores, um com o outro.
Nunca nos cansávamos de dar e conseguir prazer.
Foram esses os melhores dias das nossas vidas - julgo eu.
Tu foste, sem dúvida, uma das minhas grandes paixões!
E, como todas as paixões, tudo esmoreceu aos poucos, até se acabar; se consumir na rotina dos dias.
Hoje vejo-te, simplesmente, como um homem banal. Já não tens, para mim, aquele carisma da paixão.
Que pena as paixões serem finitas!
- Sem elas ficamos vulgares - assim como eu agora me sinto, sem ti. Sem a tua paixão.
Por onde andarás agora a espalhar o teu charme?
- As paixões não se reacendem.
Não me telefones, portanto.
Durante tantos anos que permanecemos juntos, o meu coração foi sofrendo alterações, de funcionamento...
- Até que morreu e se transformou numa pedra!
Quando te conheci o meu coração era jovem; batia em ritmo de corredor de fundo!
Depois e durante algum tempo ele deixou de bater, assim, e começou a ser um órgão que funcionava em desregulação total...
- Parecia enlouquecido!
Se estávamos alegres, ambos, ele era um coração, de novo, jovem;
Se estávamos, ambos, tristes, o meu coração ficava acelerado e com arritmias;
Se tu me desconsideravas, como habitualmente o fazias, ele ficava em ferida e a sangrar;
Se tu me mentias, mais uma vez, ele ficava em gelo, parado; e nem batia, sequer;
Se tu fingias comigo um sexo que era quase um remendo de fim de semana, ele ficava morto; e eu com ele morria, também...
Quando nos deixámos o meu coração era, literalmente, matéria inerte; indisponível para amar.
Aquele coração jovem e de manteiga que eu tinha, quando te conheci, reduziu-se a uma pedra de basalto; sem sinais vitais.
O tempo foi passando e o meu coração morto, cansou-se e ressuscitou!
Hoje que te recordo como se fosses uma paisagem lunar - antes de a NASA lá descobrir zonas geladas - o meu coração de pedra reciclou-se e já volta a bater:
- Emociona-se com as coisas belas e simples; vibra com a paixão que sinto pela vida, que me parece emocionante, outra vez; bate célere se corro para os braços do meu novo amor; enlouquece e bate desenfreado quando nos envolvemos em carícias,...
É um órgão novo e com boa saúde.
Hoje que as coisas se passam assim, como aqui te conto, sinto-me a acreditar e a confiar, nas pessoas boas, que me querem e gostam de mim.
Como vês, de um coração morto, eu ganhei forças para lhe voltar a insuflar vida.
E é por isso que te conto estas coisas e te comunico de que, com algum esforço e algum tempo, reciclei o meu coração.
Que os meus gostos; os meus sentimentos; as minhas paixões; os meus sonhos; os amores e as evasões estão de volta, para mim.
Que o meu coração morto, já não é de pedra...
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