...
E então, Rita, eu disse-lhe:
- Conversámos noite adentro, e, dessa conversa, eu registei o seguinte:
Não fazemos sexo porque, segundo me dizes, perdeste o desejo!
- Dizes-me que te sentes abúlico e sem alma para nada! Sem ganas de me agarrares e de me atirares para cima da cama e me amares por inteiro: uma, duas, três vezes - seguidas, ou intervaladas, por um dia ou dois... como era o teu costume, antes.
Eu fiquei a pensar, nisto tudo, e sinto-me de rastos!
Tu dizes-me que não tem nada que ver comigo! Que tem que ver contigo!
Eu pergunto-te, então, o que queres transmitir-me dessa forma evasiva, de me dizeres que, cama, por agora, não dá! Que estás out em matéria de sexo!
E aí iniciamos mais uma discussão, daquelas que nos arrastaram para este fim de “caso,” a dois:
- Eu a duvidar de ti e da tua «impotência,» para ires comigo para a cama; e tu a fingires que não se passa nada, connosco, quando realmente se passa tudo e muito, mas de mau.
Se tens problemas deves resolvê-los; talvez partilhá-los comigo; contar-mos... ou ires ao médico... Mas eu duvido que tenhas, realmente, algum «problema» de desejo!
O problema somos nós dois!
- Já não “faiscamos”! Nem para o sexo, nem para mais nada.
Ps: Rita ouviu a sua amiga, com atenção redobrada e tentou animá-la; e pensou que, mais tarde ou mais cedo, todos acabamos a viver uma situação idêntica... e registou isso no seu Diário...
Rita está “down”! Hoje Rita está num dia mau! Num dia daqueles em que, se por um lado caiu a casa, por outro lado, o carro, mais a dona da casa e do carro, resvalaram pela encosta abaixo e... partiram-se os dois e não sobrou mais nada, que cacos:
- Cacos do carro e cacos da dona do carro! Tudo em pedaços; aos retalhos; aos bocados. E esse inusitado contexto é pior que mau: é muito mau! Diz Rita e dirão todos vós, os que sabem como a vida é uma roleta. Um jogo de sorte e azar.
Há dias assim! Em que acordamos e temos, tudo, de pernas para o ar! Deitámo-nos com as coisas em ordem, pacificadas, e, de noite, enquanto dormimos, um «terramoto» varreu-nos a estabilidade para os dias seguintes. Estamos à beira do caos e sem boas expectativas de futuro.
Rita diz estas coisas porque acordou com a sensação de que alguém, exactamente hoje, iria estragar-lhe o seu dia; e que isso a iria transportar para aquele sítio, preocupante, aonde se fica a digerir a tristeza, a impotência e a adversidade, sem apelo e sem remédio.
Aquele lugar aonde nos escondemos, sozinhos, para chorar, ou para dar murros, em cima da mesa, até que os pulsos doam: tanto, tanto, que paremos, a tempo, para nos protegermos, de males maiores, e, ainda, continuarmos a ser, alguma coisa, depois, quando tudo voltar a entrar nos eixos - se voltar a entrar e quando isso acontecer...
Rita hoje acordou com dores de estômago, vomitou e não está bem de saúde... e, como se isso não bastasse, quando chegou ao pé do seu carro, quase arrastando-se, tal o seu mal estar, tinha um vidro partido, por um «amigo» do alheio, que na calada da noite «necessitou» de um rádio, uns óculos de sol e mais umas coisinhas que «encontrou» na bagageira... tais como um saco, com todo o seu equipamento de ginásio! Um verdadeiro Natal em Março, para o larápio!
E é isto que se passa:
- Ontem, quando Rita se deitou, estava tudo bem e alinhado na sua vida; e hoje, sem contar, tem que ir ao médico do estômago e ao «médico» do carro; e tem o seu dia numa barafunda pois tudo isto a enerva; e o pior de tudo, é que nada disto depende do seu inteiro controlo.
- Rita está nas mãos dos «médicos,» para lhe porem a vida, de novo, em ordem. E depois, todos sabemos que, tanto os médicos como os mecânicos são bastante caros, e têm sempre a agenda cheia, e tratam-nos como calha: tanto pode correr bem como pode correr mal. Restando-nos confiar!
E nada mais a fazer! Planos? Só minuto a minuto...
- Hoje estamos bem e amanhã podemos estar, no atoleiro!Out!
...
...
- ok! Não quero! Não insistas comigo, nem mais uma vez! Não venhas cá e não me toques à campainha. Não abrirei! Eu não desejo que apareças e nem me digas nada. Fica no teu canto que eu ficarei, quieta, no meu.
Já te disse, ontem, que aqui, em minha casa, acabaram-se, por alguns tempos, os convívios! Estou em “black out”! De férias!... Para ti estou fechada, para balanço! Safei-me com êxito desta bronca, saltando para fora do abismo! Da nave da loucura!
- A partir de ontem o meu fogão não funciona, o frigorífico avariou-se e os supermercados não me fiam! «I`m broke»... (sinceramente)! Estou mesmo falida: de afectos e com falta de vontade de te receber e de te ouvir.
- Estou falida de amores!
Desapaixonei-me de ti e agora quero distância, muita calma e papinhas de Nestum, com mel, ao deitar! Nada de “pilotar” fogões! Nada de toalinhas de linho e copos de vinho e de aperitivo e de água, na mesa, posta para os dois! Não se suja, não se lava! Nem a alma, nem os pertences.
Não há mais jantares, românticos, nem mais tardes de fim-de-semana que terminam em lanches, ajantarados; com café e whisky e sabe -se lá que mais, pelas noites afora...
Morri para te servir e te apaparicar! Morri para cozinhados, aperitivos e lavagens de pratos. Enterre-se o morto - que é o mesmo que dizer-te - acabou-se a tua oportunidade para inventares desculpas e fugas, sempre estafadas, tipo assim:
- “Rita, cheguei tarde porque estive com um cliente e não te pude ajudar!... Sinto-me desolado!... E saio cedo porque tenho uma reunião e não te vou poder ajudar, de novo... nem no fim deste jantar!" E (sempre assim)! - Ou então, “as minhas (tuas) alergias aos detergentes” e as outras tretas, que tu sabes inventar, sem piada nenhuma e mais que detectáveis!...para te baldares ao essencial.
Não és capaz, de colaborar nas tarefas e de nem, sequer, seres gentil comigo? Então, assim e por isso, eu morri!
- Para ti, nesta casa, só existe pão, sem nada, e, duro; mas só se estiveres a morrer à fome! E nem água, sequer, na torneira, há! Mandei-a fechar no SMAS... Para ti, nesta casa, só há uma porta fechada, com uma fechadura de quatro entradas e uma corrente - não vá a fechadura revelar-se ser, coisa pouca, para te barrar o acesso!...
Sabes que eu sou boa e condescendente, mas, também, sabes que, quando esgotei, a capacidade de tolerância, não há mais nada no mundo, que eu possa fazer para mudar, o final dos acontecimentos! Porque não quero!
- Considera que morri!... Para ti, finei-me!
...
...
- Sem dúvida que tenho, a teu respeito, reservas! Tenho-as porque me dás bons, (maus) motivos para que assim seja.
Ontem, mesmo, foste extremamente desagradável, quando, após jantarmos, em minha casa, a “teu” convite, te levantaste, disseste que tinhas, ainda, imenso que fazer e te foste embora!...
- Assim, sem mais nem menos, nem um obrigada!... E eu fiquei ali, especada, indignada e com cara de tacho. Sim, fiquei, durante uma meia hora, a tentar digerir a raiva de me sentir, quase, abusada na minha casa e no meu íntimo. Vens, comes e vais-te?!...Qual a explicação para a tua atitude tão incompreensível, a meus olhos?
- Falta de educação? Desagrado? Interesses que te requisitavam, urgente, em outro lugar? Abuso? E eu? Qual o meu papel? Sou tua criada? Fiz jantar - (sem quase o comer, pois que eu não janto, quase, nunca) - para te agradar e tu, à maneira de um hóspede, jantas e ala que se faz tarde... e vais-te, rápido! E eu que fique, que arrume, que lave e que me aguente à bronca e me sinta um réptil!
Sabes, cá por dentro estou a odiar-te?!... e durante muito tempo, em minha casa, não entrarás e muito menos para jantar, almoçar, ou,... seja:
- Acabaram-se as paparocas, as beijocas e as gentilezas. Para ti, de mim, não haverá mais nada que te facilite a vida. Sim, que oferecer-te jantar, ao domingo é facilitar-te, muito, a vida. Vai ao restaurante, cozinha tu, ou deita-te a dormir! Para ti, a partir de agora, estou out!
Depois ainda te espantas que eu me sinta melhor sem ti que contigo!
Vai para o inferno e fica por lá; a esturricares-te enquanto durares.
- Fica em churrasco bem passado! Eu enchi de homens!...De homens como tu: estúpidos e grosseiros e abusadores. Arde, estoira e desintegra-te. Haja maneiras! Uma Mulher, de verdade, não pode aturar coisas destas. É demasiado humilhante.
Ps: Rita dormiu mal e começa, muitíssimo mal, a sua semana.
...
...
Hoje Rita só vê, tudo, cinzento, à sua volta e ao longe!
- Olha, sobre os telhados, para as casas, para as ruas, para as pessoas que as caminham; olha para as árvores, altas ou baixas, com folhas ou despidas; olha para o rio, lá bem adiante, tranquilo; olha para a outra margem, do lado de lá do rio, em recorte, na paisagem; olha o céu, sempre no mesmo lugar; e olha o horizonte distante, longínquo... - E, de tudo o que vê, tudo está cinzento!
As coisas perderam as suas cores naturais; e as pessoas também. Ficou tudo igual: de cor de rato, (estático ou em movimento) de cor indefinida! Uma cor soturna e triste! Pardacenta! Bassa!
Será essa a cor com que Rita, hoje, assiste ao Mundo? Terá que se resignar a tal monotonia?
-Será o cinzento a cor da tristeza e da insatisfação? Do medo? Da angústia?
Que cor terá a angústia? E a desilusão? E a solidão?
Que cor terão? - Serão cinzentas, da cor dos ratos?
Se tudo se mantiver, assim, ainda, e por durante muito tempo, talvez que Rita feche os seus olhos e tente descansar...um pouco!... Quem sabe, depois, ao abri-los, as cores, regressem, por bem, ao seu dia, que por enquanto está da cor triste dos ratos:
- Cinzentos, feios – monotonamente desinteressantes – esquivos e medonhos.
Onde mora o azul, poético, dos meus dias? -Interroga-se Rita sem obter qualquer prenúncio de resposta.
Bad times? Good times?... resta esperar.
...
...
- Esta conversa não me agrada!
Essa tua mania, de te levantares e começares, imediatamente, a implicar comigo é um assunto que me provoca náuseas matinais: assim como que uma «gravidez» indesejada que me perturba o dia e torna infeliz e insatisfeita.
Aquilo que me fazes sentir é isso:
- Sinto-me grávida de infelicidade e de insatisfação e mais da tua presença! Incho tanto, tanto, que um dia destes, rebento! Expludo contigo e acaba-se tudo...
Já olhaste bem para as figuras que fazes?! Com essa voz, esganiçada, tentas “admoestar-me”, assim, desta forma, que julgas autoritária:
- “Rita cala-te e ouve-me. Estás maluca? Ou tonta? Obedece-me! Ouviste? Faz o que te digo! Volta para a cama!”
Dizes estas baboseiras e ficas vermelho e fora de controlo.
- Chegas a parecer ridiculo!
E eu, para te exasperar, ainda mais, respondo-te, com voz calma, baixa e em tom de desafio:
- Pensas que és quem? Meu pai? Meu dono? E viro-te as costas e vou tomar banho e o meu pequeno-almoço e comprar o jornal...
Talvez que, quando regresse, estejas mais calmo e mais de acordo com os meus gostos: que são, neste caso, ver-te com propósitos e educado e sem exigências que não têm sentido nenhum.
- Se não te controlares, dou-te um beijo e "mando-te" embora...até que te passe, o mau feitio...
...
...
Rita, a mulher da «causa», (sem cuequinha) e, à mercê da ogiva do paparazzi, voltou, desta vez, para encerrar o dossier:
- Da «causa» sem cueca e da negociação do, eventual, “PPR”, sonhado e quase acordado, com o paparazzi... ( A tal reforma dourada que Rita tinha debaixo de olho e que tanto jeito lhe daria!...)
Rita mulher de causas, moderna, astuta e mais coisas, (todas duvidosas) ensaiou um «deal», secreto, com o paparazzi ganancioso, e ágil com a câmara fotográfica, e a que chamou:
- “La face cachée de l`affaire «com e sem cuecas»!”
(Sim que Rita não é pessoa de acordos ortográficos e de não saber francês a sério:- Bem escrito; e mal falado... por pouca prática... mas dá para se “desenrascar”)
E só porque hoje é um dia, como qualquer outro, Rita revela o «deal», com o paparazzi da foto da «causa» de Rita, sem cueca, no semáforo em dia de vento. E o «deal» é este:
- Rita, mulher da «causa» e mulher do negócio da «causa», assinou um acordo, com paparazzi , step by step e que descreve já aqui em baixo e sem nuances:
- Rita não deixará publicar a sua foto «sem» cueca!
Em troca, os jornais, do mundo inteiro, e sem que Rita tenha nada a ver com nada disso, publicam as fotos do Cristiano Ronaldo «apenas» com cueca.
- Generosidade total! Tudo para ele e nada para Rita! (Ele precisa mais!...)
Rita prefere abdicar da fama e da fortuna, mas praticou o bem, que é o que é bom! ( pelo menos para ele)
Aquele menino madeirense, que jogava com uma bola de trapos, nas ruas, em tempos que já lá vão, (não muito longe) ficou com todo o palco da fama para si. E com o dinheiro também. E com os homens que gostam de ver homens, só com cueca - também. E com as mulheres todas, que gostam do homem da cueca - (Armanni) também.
Rita dormirá esta noite sozinha, sem dinheiro, «sem» cueca e feliz por saber que o Mundo ficou mais alegre e bonito com um homem «em cuecas».
Ps: Rita deseja boa sorte ao homem da «cueca Armanni» e promete investir, forte, noutra «causa» que um homem- hetero, gay, ou desinteressante - não lhe possa roubar... sem parecer meio efeminado:
- Rita parte agora para a causa da «maminha» sem silicone!
Vamos ver qual «CR» lhe roubará a fama!...Ou qual “Armanni”, que se preze, não investirá em Rita!...Vamos ver!...
- Be cool! Be in touch!
Rita voltará aqui!... (quando é que ainda não sabe!)
...
...
Ás vezes, Rita pensa na vida!
Pensa na sua vida e tenta, compará-la, com a vida das pessoas que conhece.
Rita gosta de fazer balanços e comparações: e auto criticas e avisos à navegação – à «sua» navegação!
E, como Rita ia dizendo, aqui no seu diário, Rita até nem se queixa da vida que tem!
Não confundir este enunciado, com a vida que teve: umas vezes boa, outras muito boa, outras trágica. Sim, Rita já viveu várias tragédias e dramas e continua em frente: por ela e pelos que já não estão com ela. Que partiram para sempre... e outros desaires.
Mas Rita detesta auto comiserações - detesta fazer-se de «coitadinha» - e nunca aceitou, (também nunca lhe ofereceram) um subsídio, uma ajuda, uma promoção, um «tacho»... fosse, o que fosse. Nada!
Na família de Rita vive-se com uma máxima e que é assim:
- “ Na nossa família trabalhamos, vivemos com o que temos e pagamos, sempre, o que devemos”...
E é por isso que Rita olha, para as vidas de muitas pessoas que conhece, e que, ao pé da sua, não se comparam... São vidas muito «melhores».
Rita sabe que têm menos, recebem menos, mas vivem melhor! Rita não percebe como isso acontece, mas é assim!
- Melhores carros; melhores casas; melhores férias; melhores restaurantes!... Tudo melhor que Rita!
- Vivem numa "second life"que intriga os mais atentos.
E Rita pergunta a si própria porquê e a resposta que obtém é sempre a mesma:
- "Tens uma enorme propensão para ser pagante! Ninguém te dá nada; ninguém te paga nada; e ainda tens de pagar para os que vivem melhor que tu, fora do sistema e a fazerem-se de coitadinhos..."
Rita não sabe o que fará se, um dia, lhe der para sair do sistema, e, andar por aí, a bater à porta das instituições, na «pedincha» e a viver de «avenças» sociais, pagas pelos «pagantes» de sempre!
Se isso acontecer é porque alterou o seu quadro de valores! E aí manda constar que morreu!
- Manda dizer que morreu, com vergonha de si!
...
Rita está triste e está alegre!
Rita está bem e está mal!
Rita chora, mas apetece-lhe rir-se!
Rita arranjou-se, mas continua toda em desalinho: dentro da cabeça!
Rita gosta das cores alegres, mas usa o preto e o branco: hoje!
Rita viu um arco-íris, mas era noite; e não era arco, nem era íris!
Rita não acerta com o verbo, mas afirma o seguinte:
- Hoje é um dia justo e infame!
Porquê? - perguntam vocês meus leitores curiosos.
E Rita responde, mas não diz porquê.
Mas lá que gostava de dizer gostava...
Mas uma promessa, aqui, deixa feita.
- Logo que seja convidada para um casamento Gay, Rita irá e chora; e faz reportagem - fotográfica, e partilha convosco; a sua choradeira...
- Dizem que chuva e choradeira dão sorte aos noivos! E ás noivas.
Pensando melhor, talvez Rita não chore... ou nem sequer vá... ou nunca ninguém a convide para um casamento Gay!
Rita acha que também não quer ir!
Rita termina assim:
- Não sabe se será bom, se será mau! Não conhece o futuro.
Antes, como evidentemente se verá, talvez sim, talvez não!...
Hoje é o dia mais justo e mais infame?
Veremos.
- Justo porque justo? Infame porque infame.
Rita já viu o que viu. Mas ainda não viu nada; e não diz do que viu.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1464327
...
“Da vida sei pouco, «menina». É mais do que ouço dizer, que aquilo que vi ou vivi de verdade, de que falo e penso que sei.
A maior parte das coisas que vejo nos filmes da televisão e nos telejornais, imagino-as reais, mas não sei se, de facto, existiram ou existem; sabe, «menina», eu só saí daqui para ir a umas festas, nas terreolas à volta, e duas vezes fui em excursão a Fátima... que isso sim é coisa importante de se ver; além da fé que possamos ter. Aquilo foi uma coisa que eu vi e não imaginava que era assim!... Tanta gente, tanta vela, tanta flor, tanta Fé e tanta alegria... tudo no mesmo sítio. O que eu gostei de ver foi a alegria das pessoas ao verem Nossa Senhora; é tão linda aquela Santa!...
Mas aqui na terra é sempre o mesmo; há mais de setenta anos, que é a minha idade:
- Os campos são os mesmos, mas alguns mudaram de donos e estão abandonados; as pessoas são das mesmas famílias de quando nasci; a missa é na mesma aos domingos às onze da manhã; as tabernas chamam-se cafés e as mercearias minimercados; mas é tudo a mesma coisa:
- Nos cafés serve-se vinho tinto, a copo, e nos minimercados vende-se de tudo um pouco, até ferramentas. Até enxadas para cavar... mas agora já ninguém quer cavar... e os homens vêm «tocados» para casa e alguns batem nas mulheres... Nada mudou. Há é menos gente. Os novos não querem saber disto; vão para as cidades...e para França e Venezuela...
A “menina” dê por aí uma volta e fale com as pessoas, que é tudo gente boa e conhecida; e tire mais fotografias e depois dê-me uma, para mandar aos meus netos que estão na França...
- Agora dizem que as fotografias ficam prontas na hora! Dantes eram oito dias em Oliveira...
Bem, vou entrando, que o meu Zé vem para comer ao meio-dia e tenho que por a panela ao lume... Se quiser fique, ele havia de gostar de si... assim linda como é!...
Dantes era lenha, que tínhamos que apanhar, por aí, agora temos gás, é mais limpo e mais descansado... para cozinhar...
Adeus “menina”! Se passar, outra vez, por aqui, não se esqueça das fotografias... era mesmo uma coisa que eu gostava de dar aos meus netos...”
Ps:
Rita despediu-se com um beijo e prometeu, (e já cumpriu) mandar as fotos que fez a esta senhora, sentada na soleira da sua porta, numa manhã de sol, onde fez o favor de ficar à conversa com ela; num desses dias, que andou em passeio, lá pelas zonas de Oliveira do Hospital... numa terra que foi de gente famosa, em tempos, e hoje é terra quase só de «velhos» à espera que o seu tempo termine...
- Uma triste tristeza aquilo a que votamos o nosso belo País e as suas gentes.
...
...
Hoje, Rita pensa no mal!
Rita pensa em todas as pessoas que a fizeram sofrer, em algum dia, de uma forma gratuita e incompreensível, só por dor de cotovelo ou por maldade!
Rita não alimenta ódios, mas sabe quem lhe quer, ou fez mal! E fica triste, raivosa, e, por vezes, sente-se impotente, seja para o que for; não consegue reagir. Fica abúlica e à mercê desses seres maldosos.
E entre essas pessoas, Rita vê, à cabeça, as invejosas e as mesquinhas...
- Sim, que há uma certa diferença entre umas e outras...
Rita, ainda assim, prefere as invejosas! As mesquinhas não lhe “dão pica”! - São só mesquinhas; que é o mesmo que serem pequeninas, pouco inteligentes, pouco elaboradas! Rasteiras! Falsas!
Rita prefere a “vilanagem” de um “bom invejoso ou invejosa”...
- O requinte da maldade!
Por norma, os invejosos são mesquinhos, maus, mas inteligentes: e, são mal formados! Rita já provou desse cálice muitas vezes! Desde criança até hoje!
- Ou porque tinha melhores notas, ou porque tinha mais “dons”, ou porque era mais bonita; ou porque falava melhor; ou porque os homens eram mais fãs de Rita...; ou porque dançava melhor;
- Enfim, um invejoso inveja qualquer coisa, mesmo que de somenos importância...
Rita não se amedronta com invejas nem com maldades...
Sente pena dessas pessoas mas não lhes perdoa! Conhece-as e exclui-as. É assim que as castiga.
A inveja é uma menoridade que nos apouca e de que Rita, felizmente, não sofre.
“Mente sã, em corpo são!” É a máxima de Rita; e muito trabalho! Muito, muito, trabalho! Foi assim que conquistou tudo o que tem!
Rita gosta, com verdade, dos sucessos dos outros e fica alegre por eles e dá-lhes os parabéns pelas suas pequenas ou grandes vitórias... Não fica a depreciá-las nem a denegri-las: pela calada ou às escancaras...
Ps: Quem quiser também pode ser assim! É só tentar, tentar, tentar... e tem!
Até porque a inveja torna as pessoas feias e com rugas na cara e na alma.
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