Hoje vai ser um "daqueles" dias!
- Vai ser um dia de festa; de amor; de borga; folia, até às tantas.
Tu fazes anos e eu convidei-te para celebrarmos, em minha casa, essa data, mais que importante, da tua e da minha vida. Das nossas vidas gostosas.
Hoje vou embelezar-me para ti; vou colocar uma lingerie provocante; uma lingerie que tu gostas; vou surpreender-te na cama; e fora dela.
Já deixei a mesa posta com todas as minhas mais lindas "coisas":
- Toalha de linho e guardanapos a condizer; flores; pratos de porcelana inglesa; copos de meio cristal; talheres requintados, mas não de prata...
(Não tenho talheres de prata! Não os herdei e nunca os comprei - não gosto, especialmente, e dão trabalho a manter bonitos...)
O jantar, em si, será simples:
- Uma carne grelhada; uns legumes salteados; e algumas batatas fritas - que tu gostas, como se fosses criança; e hoje és uma "linda e crescida criança". Fazes quarenta e quatro anos! E és um homem lindo de morrer! És o "meu" homem.
A sobremesa será o "teu" bolo de aniversário; e muito champanhe francês, durante todo o tempo.
Quando estivermos prontos, já comidos e bebidos, coloco o "nosso" CD e dançamos: agarradinhos; juntinhos; aos beijinhos; aos abraçinhos.
E, como uma noite destas tem direito, eu prometo que te deixo fazer tudo, e de tudo, comigo:
- Com o meu corpo perfumado; com o meu corpo excitado; com o meu corpo, que pede o teu, para se completar e saciar.
Será um dia de aniversário como mereces:
- Com o meu amor, todo, colocado na forma como arranjei as coisas, para ti; para te receber;
- Com o meu corpo, vestido, adornado e cuidado, para te oferecer uma noite de sexo - festiva, foliona e salutar.
Penso que tudo irá correr bem. Eu sei que tu és grato e que me amas - tanto, como eu a ti.
Habitamos, por enquanto, a "nossa" Illha Encantada; aonde os sonhos, mesmo os mais impensáveis, são todos reais.
Que fazes quando estás com vontade de te divertires?
- Lês? Conversas com amigos? Fazes um jantar surpresa, e convidas alguém para estar contigo?
Ou, Simplesmente, preferes que "esse vipe" te passe? Esqueces que és uma pessoa, com direito ao lazer e ao divertimento?
Hoje deixo-te aqui um momento especial de bom gosto - no meu modesto ponto de vista.
O cantor: a música; o ritmo; o som; o espaço, tem tudo a ver com um bocado bem passado...
Se te apetece divertires-te, sai. Escolhe um bar com música ao vivo; se gostas de dançar, aonde possas fazê-lo; e aproveita essa tua vontade.
Ou como diz um amigo meu:
- "Para nos divertirmos temos que ter três coisas:- Vontade; saúde; e com quê".
Pois pensa nisto. Se reúnes estes três pressupostos, aproveita. Nem sempre isto acontece.
Vê bem:
- Podes ter vontade e saúde, mas não teres com que te divertires; podes ter vontade e com quê, mas não teres saúde; e podes podes ter saúde e com quê, mas pode não te apetecer divertires-te! E, faltando uma das três coisas, já não há "fun" possível.
E a Vida é curta e só temos esta. Aproveita-a. Sou eu que te peço.
Entra na festa da diversão... Há festas a acontecerem por toda a parte... Sai.
Gostas de flores? Indiscriminadamente? Ou tens as tuas preferências muito seleccionadas?
Eu sou louca por flores - nos campos e nos jardins; de cultivo ou selvagens; de muitos matizes ou de uma única cor!
- Eu não aprecio flores aprisionadas em jarras!
Acho que é feio "matá-las" para, por breves instantes, usufruirmos da sua beleza em privado.
Talvez não concordes com este meu ponto de vista.
- É natural. As pessoas gostam de animar as suas casas e os diversos eventos, com a festiva presença das flores!
Claro que é aceitável e torna o ambiente mais sugestivo. De qualquer forma eu prefiro as flores no seu habitat natural.
Hoje escolhi, para os visitantes deste meu blog, uma canção que fala de violetas! É uma música linda, numa voz muito especial, que não deves desperdiçar ouvir!
As violetas são das minhas flores predilectas. Amo vê-las, viçosas, nos vasos ou nos jardins - a resistirem e a perecerem-me tão frágeis!...
As roxas são as que mais gosto: embora as das outras cores sejam igualmente belas.
Alegra a tua vida e faz uma festa, ao de leve, numa flor que vejas num jardim:- Mima-a, tão suavemente, como se fosse uma criança, linda, acabada de nascer...
Adoça a tua alma - contempla as flores.
Recordo hoje os dias, plenos de amor, que vivemos!
Acabaram, é certo, mas vivemos - durante longos tempos - um verdadeiro amor, que era nosso; que ficou para recordar, no futuro inteiro.
Eu conheci-te e foi amor à primeira vista:
- Olhámos um para o outro; conversámos; passado um pouco estávamos a ter contactos de mãos, que se acariciavam ao de leve em cima da mesa; e, aquilo que era para ser um encontro de trabalho, foi um encontro de dois seres que se completavam um com o outro.
Combinámos jantar no dia seguinte. Depois desse jantar fomos para tua casa, aonde, após uma infusão de cidreira, saboreada entre carícias mais ousadas, terminámos depois na tua cama, o que estava inevitavelmente programado acontecer:
- Aconteceu uma noite de sexo absoluto! Um sexo arrebatado. Cheio de alegria e de prazeres partilhados.
Até parecia que já tínhamos feito tudo aquilo, vezes sem fim, os dois. Nada era estranho; tudo permitido; tudo ansiado; tudo conseguido.
Depois dessa noite que recordarei para toda a minha vida, muitas noites iguais se seguiram. Muitos "saberes" introduzimos naquele acto - tão normal mas tão requintado - que era o nosso sexo um com o outro. Um no outro.
Tu, que tinhas uma enorme capacidade de humor, por vezes dizias-me assim:
- Diz-me lá, minha odalisca, eu errei a profissão? Não achas que deveria ser «gigolo»?
Eu, que também te seguia nas piadas, respondia-te:
- Acho - não! Tenho a certeza que deves seguir uma "carreira," nessa área. Eu serei a tua Manager e tenho cinquenta por cento dos teus lucros... e mais a parte não profissional do teu corpo.
E depois riamos muito; voltávamos a amar-nos; bebíamos chá, como ritual de apoteose da festa.
- O chá, dizias-mo tu, era para lavar a alma, pois que os nossos corpos ficavam lavados um no outro.
Foram tempos de delicias, esses do nosso desregrado amor.
Agora, que ambos estamos mais velhos, o amor, desgastou-se. Falta-nos o fulgor dos corpos, sempre, incendiados um pelo outro... Os sonhos estão mais pequenos; os sentimentos também.
Naquele dia, tinha-nos corrido tudo bem.
- Os filhos tinham tido boas notas; o jantar fora de festa - fazíamos anos de casados - a noite prometia...
Quando abandonámos o restaurante e nos dirigíamos para o carro, tu disseste-me assim:
- Hoje tenho uma surpresa para os dois. Merecemos e temos direito. Não me faças perguntas!...
E entrámos no teu carro; foste conduzindo; e, mal demos conta, estávamos da suite de um hotel, em que já estivéramos em tempos, para celebrar os nossos vinte anos e casados.
Tínhamos champanhe; tínhamos amor; tínhamos uma vida em conjunto, muito boa, para comemorar.
Tu eras um homem que se preocupava com tudo e adoravas pormenores...
E nos pormenores dessa noite, maravilhosa, deste-me um anel com uma pedra linda e com valor inestimável; fizemos um sexo picante e muito fora dos cânones, de um casal, com vinte anos de cama, conjunta; e depois, ligaste para casa para dizeres aos filhos, que, o pai e a mãe se tinham "perdido" e no dia seguinte voltariam para eles. Sem problemas!
- Tínhamos com os filhos uma relação muito franca e cúmplice.
Dormimos abraçados; acordamos cedo; tomamos o pequeno almoço, nesse hotel que é "nosso," sempre que queremos distinguir uma data especial da nossa vida...
Passamos por casa a ver dos "miúdos". Fomos trabalhar.
Hoje que fazemos anos de casados, outra vez, qual será a surpresa que me farás?
Para ti, eu comprei um cinto com duas faces, para te "envolver" mais em mim; umas flores amarelas - junquilhos - porque sei que gostas; e tenho todo o amor que se possa imaginar por ti, guardado no meu coração, para te dar para sempre.
Somos dois grandes loucos - apaixonados um pelo outro, pelos filhos; pela vida.
- Amo-te.
Estou morta por que chegues, mais logo e me surpreendas, como sempre o sabes fazer.
As coisas melhores das nossas vidas foram vividas a dois. Uma enorme bênção! Muita, muita felicidade temos sabido conquistar.
...
Neste momento, sinto-me quase feliz! Hoje é o "nosso" dia!
Mais logo, pela tarde, sei que virás, para mim, como sempre; com flores numa mão, beijos na boca, o teu passo elástico, e a premência de um abraço - forte - a insinuar que me queres; me desejas; me deitarás na tua cama; me farás dizer-te que és o "homem" da minha vida.
Quando estas coisas se sucedem, por esta ordem, eu fico disponível para "tudo"...
- Deixo que faças de mim tua escrava; tua "virgem" desvirginada; tua odalisca; tua gueixa; tua "mázona"- que te nega o que pedes, até que não aguentes mais, "nãos"...
Como te dizia, neste momento, sinto-me quase feliz!
Não te posso dizer que estou absolutamente feliz, porque hesito, sempre, em assumir que os nossos momentos a dois; de sexo; de devaneios, são totalmente satisfatórios.
Há no meio desta "festa" toda, um singular «senão»:
- Desde que fizeste quarenta anos, dás cada vez mais "negas".... Tu esforças-te por levar as coisas até ao fim; por que tudo seja perfeito...Mas, num instante qualquer, que nos escapa a ambos, tu enervas-te e "vais-te abaixo"!
Aí começam os teus e os meus desesperos:
- Eu, na angústia de que te acalmes e esperes uma nova oportunidade, mais segura;
- Tu, desorientado e a perseguires uma coisa que, nesse momento, te fugiu.
Hoje, estou, como vez, quase feliz! Não sei se será um dia de êxito ou de fracasso.
- Tudo pode acontecer!
E tu és teimoso e ninguém te demove das tuas obstinações nessas horas. Acho que devias procurar ajuda médica. Já tu sugeri; tu não acatas a sugestão. Dizes que é stress; trabalho a mais; preocupações...
Vamos vendo no que isto dará. Eu colaboro em tudo, que te faça bem, nestas horas... mas sinto-me muito cansada e triste, por ti e por mim.
Insisto em que devias ir ver o que se passa contigo, nessa matéria. Devias aceitar que, um dia, podemos deixar de "ter vinte anos"...
Eu estava na tua frente, a apaparicar-te, como era meu hábito!
De repente disseste-me:
- "Despe-me! Como se eu seja um presente, valioso, embrulhado num papel, vistoso; com uma fita artística, e numa caixa com vários segredos.
Despe-me devagar; com atenção e requinte; não estragues nada; e mostra-te deslumbrada com o que, por fim, encontrares, e que é para ti."
Eu, que era e sou uma grande "curiosa" iniciei de imediato o desafio:
- Despir-te como se fosses um presente? Um diamante em bruto?... Aceitei.
Comecei pelos sapatos, que atirei para o canto da sala; tirei-te as meias, pretas, até ao joelho; parei um pouco e massajei-te os dois membros locomotores; os dedos, um a um; o tarso e o metatarso; o calcanhar e os artelhos. Estavas rendido e a baixar a guarda.
Passei para a tua cintura, e, com um gesto rápido, saquei-te o cinto; saquei-te a gravata, às riscas, e atirei-a para detrás do sofá, aonde o cinto já estava a jazer...! Tu facilitavas-me os gestos e não comentavas o método.
Hesitei em tirar-te a camisa, ou as calças, em primeiro lugar!
Optei pelas calças. Fora com elas. Para detrás do sofá, com elas; e tirei-te a seguir a camisa, branca, com botões de punho; com calma desapertei botão a botão e,... para detrás do sofá com ela...
Estavas agora, reduzido a umas cuecas pretas, sexy, de algodão, marca Sloggy;
Então comecei eu a tirar a minha roupa; primeiro o vestido que te atirei para cima; depois o resto que te atirei para a cara; depois eu, que me atirei para cima de ti.
Tu, que eras e és um homem cheio de humor e bom raciocínio, disseste-me:
- "Pequenina" o "presente" está tão grande que, se não te apressas, perde-se "neste entretanto. Perdes tudo!"
Mas não se perdeu!
- Foi uma tarde de sexo; de fantasia; de faz-de-conta! Com Champanhe ao fim, e com petiscos diversos.
Tu eras o o Alibaba e eu era uma intrusa infiltrada entre os trinta e nove ladrões.
Roubei-te o "tesouro" e fiquei contigo na caverna.
- Os trinta e nove ladrões, estavam dispensados, temporariamente. Deras-lhes saída de fim-de-semana.
Foi uma festa; uma tarde de evasão; uma cena de filme para adultos! Bons tempos.
Quando saímos para jantar, nessa noite fria de Inverno, eu não estava com grande apetite de sair; de ir jantar; de me deitar tarde.
Disse-te isso, mas tu, talvez, para me animares, insististe e fomos.
No carro, com o ar condicionado, regulado para uma temperatura agradável, eu comecei a recompor-me.
- A enxaqueca aliviou; o stress foi-se dissipando; quando contaste uma anedota, "de loiras," eu ri-me, com gosto.
Chegámos ao restaurante e eu, que pensava nem sair e muito menos em comer, alinhei num bife com batatas fritas - muito especial e bem feito - e acompanhei-te, como de costume, na garrafa de tinto habitual e que repartimos a meias.
E pronto! Estava agora bem disposta e apta a deitar-me de manhã, se fosse o que apetecesse a ambos.
- E foi o que aconteceu... Apeteceu-nos ir para a "festa". Apeteceu-nos festa e estralejar de foguetes.
Deixámos o restaurante pelas onze; rumámos às docas, onde escolhemos uma discoteca, para dançarmos; tomámos uns drinks, e, quando quase de madrugada abandonámos aquele local, de diversão, viemos para minha casa; fizemos sexo louco, à mistura com muito amor; tomámos o pequeno-almoço, depois; deitámo-nos a seguir; dormimos até cerca das quatro da tarde, como dois babys no berço sem a vigia da mãe ternurenta...
- Era Sábado; não tínhamos filhos; tínhamos autonomia de horários e os telefones desligados.
Ao vermos no relógio, que era , quase, já o fim do dia, desse dia de Inverno - que estava a meio de Janeiro - acabámos por não nos levantarmos e fizemos uma "directa" de sono...
- Até que os corpos fatigados, se saciassem de descanso e mansidão.
Hoje que te recordo e mais à nossa harmoniosa vida, em conjunto, ainda me interrogo, com alguma perplexidade, qual o motivo pelo qual as coisas não deram certo connosco!?... E confesso que , pelo menos, no meu ponto de vista, não sei encontrar um motivo, realmente impeditivo, para que não fossemos felizes, ainda.
Se não vivêssemos agora tão distantes - física e afectivamente - telefonava-te: para ouvir uma das tuas piadas ou, simplesmente, para combinarmos qualquer coisa, para mais logo, após "el laboro"...
- Sinto, no entanto, uma enorme pena por saber, não dever fazê-lo. Sinto, também, uma leve enxaqueca, que persiste em se avolumar e me faz sentir algo triste...
Sinto que não irei dançar, com ninguém , hoje ao fim do dia.
Sinto falta de ti.
- Éramos muito completos e interessantes, um com outro. Não entendo o que nos aconteceu, depois.
Francamente, não entendo!
Gosto da boémia fadista...
Das luzes, baixas, veladas; dos cheiros, intensos; das cores fortes e negras; dos fadistas garbosos; dos copos cheios; do silêncio; das guitarras a trinar; dos "AH! fadista!"; da noite e da intimidade da noite.
O meu estado de alma, agora, é este. Ámanhã não sei como será...
Sei evadir-me pelo fado. A festa do fado...
- Com os amigos. Com os meus amores. Pelo trabalho também. Sem trabalho, ainda melhor...
Evasões são o meu forte.
Odeio o tédio!
Talvez daí resulte a minha impossibilidade de gostar do Paraíso.
- Tudo demasiado monótono.
Hoje que o Verão cai a pique, recordo os dias em que cheios de calor; amor; vontade de sermos felizes e muito amantes, andávamos por aí, nesse mundo belo e acolhedor, à procura de coisas que nos dessem prazer e que nos acolhessem a vontade louca, de felicidade, que tínhamos e sentíamos dentro de nós.
Lembro-me, perfeitamente, daquele dia já distante, em que fomos até ao Alqueva:
- Tudo despojado de árvores; tudo seco; tudo deserto; tudo à espera da água bendita que haveria de chegar, mais tarde - e encher por completo aqueles quilómetros e quilómetros de terras, nuas e a submergir por elas...
Eu, feliz como um passarito livre, apanhei pedras como recordação; tu, apreciador de grandes obras de engenharia, estavas deslumbrado, com toda a imponência daquele "trabalho," que visitámos em pormenor!
Comemos por lá; andámos por lá; dormimos por la; fizemos sexo por lá; amámo-nos muito; regressámos ao outro dia, da parte da tarde...
Já voltei ao Alqueva, mais algumas vezes! Tudo está diferente e mais belo ainda...
- No entanto, nós já não nos amamos; já não vivemos a nossa tórrida paixão; e, o momento de beleza especial, que aconteceu, só connosco, naquele dia, não se repetirá.
A vida é assim mesmo:
- Feita de momentos especiais, belos, únicos e irrepetíveis.
Ninguém consegue ser igual a ninguém! Logo, o que vivemos com uma certa pessoa, é sempre diferente, daquilo que, em iguais circunstâncias, possamos viver, com uma outra...
- Ainda bem! Porque tudo se renova; a vida acontece; e tudo vai deixando saudades, à medida que o tempo vai passando...
O Tempo tem destas coisas:
- Torna bom o que foi mau; torna único o que foi bom; torna tudo suportável.
Penso hoje em nós e nos nossos dias, fáceis!
- Aqueles dias em que nos levantávamos e deitávamos felizes e gratos, aos deuses, todos, pela nossa absoluta, conjunta e especial, felicidade.
Nesses dias, bons e suaves, pareciamos duas crianças, sôfregas, a comer; beber; esbanjar; amar,... sem barreiras nem preconceitos.
Nesses dias distantes, de gostosura e encantamento, éramos dois loucos que sabiam bem aquilo que lhes convinha - ao momento - e daquilo que gostavam da Vida!...
Não alinhavamos por padrões ditados por outros; éramos só nós e os nossos conceitos de moral; de virtude; de bom comportamento. Não nos metiamos com ninguém; não necessitavamos de ninguém!
Fizemos de tudo nesses dias:
- Fizemos passeios, maravilhosos; tivemos conversas que eram tratados; fizemos descobertas de lugares idílicos; amámo-nos com loucura; fizemos sexo sem nos cansarmos, vezes sem conta; e o sol nascia e deitava-se, sem que entre nós dois surgisse uma única, zona de sombra...
Éramos leais; éramos autênticos; éramos compatíveis; éramos diferentes e iguais; éramos tolerantes; éramos doces; éramos a surpresa boa que cada um esperava e tinha, do outro...
Nesses dias em que a nossa vida era fácil, foi, talvez, para mim, o melhor dos tempos, de todos que já tive.
Hoje que te vejo da minha janela, esbatido e ao longe - muito ao longe - na minha memória, não sinto saudades tuas; nenhumas.
Sinto, isso sim, a falta dos tempos, com dias desses; plenos de evasões e consolos:
- Dias em que a vida me era fácil e em que eu era, chocantemente, feliz!
Sinto a falta da festa que era então a minha vida. Só isso!
Ao princípio achava-te muita piada!
Conhecêramo-nos numa festa; eu estava livre; tu, disseste-mo, "eras casado um por cento"!... (Ainda hoje não sei o que isso queria dizer!)
Dançamos e flirtamos toda essa noite e trocamos telefones; e logo no dia seguinte voltamos a encontrar-nos naquele que foi o primeiro de tantos e tantos outros encontros...
Durante um tempo fomos avançando na relação e comecei a notar que nutrias uma forte inclinação, obsessiva, por conversas de sexo!
Se eu te dizia que tivera um problema e queria falar-te disso, tu respondias-me.
- "Vamos mas é para a cama e depois de uma boa sessão de sexo, já nem te lembras mais desse assunto".
Se me doiam os dentes: sexo; se me batessem no carro: sexo; se estivesse mau tempo: sexo; se estivesse bom tempo: muito sexo...
E ao princípio, eu achava-te piada.
Mas com o tempo vi que era impossível ter uma conversa de qualquer espécie contigo, que não fosse sobre o estafado tema -"Sexo".
Pensavas tu que eras muito interessante sexualmente; muito entendido em sexo; muito criativo em sexo; muito mais homem que os outros homens!
Por mim - e sei que não sou nenhuma "especialista" na matéria - achava-te banal na cama.
Ao princípio, repito, achava-te alguma graça, porque ainda pensava que estavas - só - a tentar provocar-me, com o recorrente e exaustivo tema, «sexo», sempre, por conversa. Tudo era sexo e sobre sexo ...
Mas quando vi que além de seres atraente, do ponto de vista físico; que apesar de teres uma profissão, com preparação cientifica, eras obcecado por conversas banais e incapaz de te manteres num registo de conversa com temas mais sérios e abrangentes, inventei uma impossibilidade profissional, e deixei de te aparecer- ao principio; deixei de te ir atendendo o telefone - aos poucos; deixei de manter qualquer contacto contigo - enfim e por fim!
Durante um tempo, ainda ias tentando voltar, mas também não insististe muito.
- Deves ter ido dar cabo da cabeça a outra qualquer que, depois de perceber o mesmo que eu, te deve ter "despedido," por incumprimento verbal...
Mas ao princípio, quando te conheci, achei-te imensa piada...
Embora sexualmente fosses uma pessoa previsível, eu achava-te graça e excêntrico - enquanto não me saturaste até ao cimo!
Depois, por fim, já nem te podia ver, nem ouvir. Finito!
- A vida tem destas coisas.
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