Deixa que te conte uma história; que te dê a minha mão enquanto me ouves; que te acaricie com o meu olhar entre pausas; que te abrace, no fim.
Deitado; amachucado e de braço ao peito; aleijado tu não me podes retribuir...
- Talvez que até o fizesses!...
Gosto de ti, quando estás doente; vulnerável; à mercê de terceiros...
A tua vulgar arrogância, sempre tão desagradável, dá lugar a um homem simpático; gentil; disponível para os outros.
Quase me pareces humano nestas ocasiões! És uma agradável surpresa, nesta ocasião.
Se estivesses sempre assim; deitado; imóvel; de braço ao peito; desfeito por um acidente de automóvel, talvez que eu te conseguisse amar; ao pé de ti, sem medo de ti... - Não temer que me destruísses a minha, já precária, auto-estima.
Talvez que até fossemos um pouco mais adiante; ao lugar aonde se partilham os dois corpos, que se desejam há muito; ao lugar aonde o sexo pode ser uma coisa fantástica...; ao lugar aonde no pós sexo se partilham as almas.
No entanto sei que estarás bem, dentro de pouco tempo; sei que estás - só - temporariamente "partido". Da alma e do corpo.
Sei que, depois, voltarás ao mesmo de sempre:
- Voltarás a ser aquele "desalmado" impossível de aturar na proximidade.
Então, nessa altura, já não te contarei história alguma; já não a quererás, sequer, ouvir.
- Já não me quererás?...
Nessa altura sei que volto a fugir para longe de ti - num jogo de gato e rato que jamais terá um fim satisfatório. O nosso fim é cada um em seu lado.
- Nem almas nem corpos juntos.
A tua arrogância destrói a minha segurança. És um perigo para mim. Não há amor que resista...
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