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É Sábado!
Rita está em casa e arruma gavetas. Aquelas gavetas, pessoais, onde só ela pode e sabe mexer...
Rita é uma mulher de segredos. Há coisas que guarda, secretamente, e que já são de outros passados: seus, com outras pessoas.
- O passado, seja ele bom ou mau, deve preservar-se: com requinte e privacidade, quanto bastem.
Hoje Rita «mexe» nas gavetas, onde tem fotos, cartas, poemas, “recuerdos”, papelinhos, post it, convites... - Tudo dado, por “amores” seus, que findaram, mas que ainda têm direito a um espaço: na sua casa e no seu passado.
Rita é uma mulher que gosta de ter segredos; e gosta de "saber" segredos.
- E nunca desvenda um segredo, a ninguém: nem seu e nem de outro alguém, que lho confiou. Os segredos, para Rita, são cofres secretos de que se perdeu a chave. Só explodindo-os! E aí, queima-se tudo... e, um segredo sem provas é uma invenção!
Rita encontrou, numa das suas gavetas de segredos, uma foto sua, em que se passeia, qual deusa, com uma fita, atada aos cabelos, louros e compridos, um monoquini vestido e um gato malhado, tipo selvagem, ao colo...
Rita enfrenta a objectiva e sorri e tem uma pele fantástica e branca; parece feliz e aparenta uns vinte, trinta anos de idade...
Rita volta a olhar a foto, mais uma vez, e lembra-se, perfeitamente, de que estava de férias, era Verão e estava numa casa, em que se saía da sala, e se entrava, directo, na piscina... Rita tinha trinta e dois anos e era, realmente, bela nessa altura. (Hoje deixa isso para os outros se pronunciarem...)
Rita gosta dessa sua foto; de tudo o que a foto representa:
- Tempo, juventude, beleza, saúde, descontracção! E um sorriso, enigmático, que, mesmo agora, uns anos passados, gosta de fazer; quando as coisas lhe correm de feição...
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